Cânfora e Adélia Prado
Cânfora. Pequenos cristais que tiram de mim o que não é meu. E junto à água levam embora minha tristeza.
Porque ainda preciso aprender a diferenciar o que vem de dentro e o que vem de fora. Não não quero mais ficar assim, como uma esponja que limpa a vida alheia sujando a minha própria.
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Preciso de palavras como preciso de ar. E quando elas vêm, tudo se ilumina. É tão fácil: basta estar comigo, que eu não morro.
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Palavras dela, Adélia:
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O amor me fere é debaixo do braço,
de um vão entre as costelas.
Atinge o meu coração é por esta via inclinada.
Eu ponho o amor no pilão com cinza
e grão de roxo e soco. Macero ele,
faço dele cataplasma
e ponho sobre a ferida.
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